Quem sou eu

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Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completo quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doido. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo. - Clarice Lispector

Idealizando...

Definitivamente inverno. No céu, os raios de sol refletem as cores do outono entre o desnível dos vales que o cercam e as nuvens. Os raios, invadem a fina trama entreaberta da cortina na janela. No silêncio de um chalet no alto da montanha, o único som é o estalar do carvalho incandescente na lareira. O topo do mundo. Lá em baixo a vida segue em seu ritmo frenético. Mais uma vez o impetuoso vento frio sopra e zune entre os galhos lá fora, mas "não é preciso entender o que se passa lá fora, pois tudo passa a acontecer dentro." Aqui o mundo pára e dá lugar a um momento único e poético. No soalho, os pés tocam um tapete macio. Sobre a cama virada com os pés para a lareira, o pesado e perfumado cobertor de retalhos cai despropositalmente sobre os corpos aquecidos, não pela lareira, mas pela flama que queima e arde por dentro quando estão juntos... O cheiro da madeira queimando é neutralizado pelo vapor da ebulição da água no fogão que prepara o chá de maçã, gengibre e canela, pra você erva doce ou camomila? A mistura de sabores só completa o clima perfeito. Perfeito para um fim de semana perfeito, com a pessoa perfeita.

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