Quem sou eu

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Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completo quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doido. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo. - Clarice Lispector

[errata]

Mesmo tendo este blog um conceito estético preto (no) branco, hoje, abro exceção para essa linda paisagem que traduz bem o que eu quis dizer anteriormente, do contraste das cores quentes com o clima frio, da nostalgia que eu "supostamente" não sabia do que se tratava, mas que na verdade é a mesma saudade de algo que realmente nunca aconteceu, como eu havia mencionado...
Há exatos dois anos, fui surpreendido pelo o que eu acreditava ser meu "primeiro verdadeiro amor", algo pelo qual eu esperava há muito tempo, foi a primeira vez que havia experimentado a cumplicidade e a reciprocidade verdadeira de um sentimento e o mais comum e esperado é que o primeiro verdadeiro amor venha acompanhado do primeiro verdadeiro beijo, o que não aconteceu... Todavia aconteceram muitas coisas depois daquele outono, que contribuiram significativamente para a formação da pessoa que sou hoje...
É verdade que o primeiro amor a gente nunca esquece e no meu caso não tem como esquecer, foi por causa dele que aperfeiçoei minha visão poética da vida, a partir daquele outono reinventei-me e me permiti ser feliz, de modo a olhar pra dentro de mim mesmo e perceber que meus defeitos e virtudes são normais e que esses me são muito importantes, pois fazem de mim a pessoa que eu sou e que preciso ser tolerante com os meus defeitos e valorizar sempre as minhas virtudes e as dos outros.
Enfim foi um momento muito especial da minha vida, e é sempre bom relembrar momentos como este e conseguir fazer uma análise positiva de tudo que aconteceu. Infelizmente nem sempre os bons momentos deixam marcas tão profundas e visíveis como as cicatrizes provocadas pelos tombos que sofremos durante o percurso de nossas vidas... E outra verdade é que apesar de ao mesmo tempo me sentir auto-suficiente também sinto saudades do tempo em que me apaixonava facilmente e tinha inspirações fantásticas como essa:

"Eis que alcancei a plenitude
dos que jamais serão
Ao respirar pelos pulmões
o que me falta ao coração
Para tais amantes
A dor que o tempo faz do tempo
terminaram..."
(escrito em 25 de maio de 2006)

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