Então o outono se despede e dá lugar ao inverno... É hora de hibernar, entorpecer os sentimentos à flor da pele, agora o sangue frio se confunde aos galhos nus. As folhas se foram, levaram consigo as cores lúdicas de um outono nostálgico... Ao acordar, quero café na cama, sentir o cheiro do crepúsculo matutino, do sol derretendo o gelo e aquecendo o plasma, florescendo uma primavera multicolorida.
No ciclo eterno das mudáveis coisas
Novo inverno após novo outono volve
À diferente terra
Com a mesma maneira.
Porém a mim nem me acha diferente
Nem diferente deixa-me, fechado
Na clausura maligna
Da índole indecisa.
Presa da pálida fatalidade
De não mudar-me, me infiel renovo
Aos propósitos mudos
Morituros e infindos.
(Ricardo Reis - Fernando Pessoa)
Novo inverno após novo outono volve
À diferente terra
Com a mesma maneira.
Porém a mim nem me acha diferente
Nem diferente deixa-me, fechado
Na clausura maligna
Da índole indecisa.
Presa da pálida fatalidade
De não mudar-me, me infiel renovo
Aos propósitos mudos
Morituros e infindos.
(Ricardo Reis - Fernando Pessoa)
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